Pastoral de Negritude do Conselho Latino Americano de Igrejas
Estiveram reunidos em São Paulo nos dias 24 e 25 de janeiro de 2009 oito pessoas que são do Grupo de Referência do CLAI para retomar a construção desta pastoral: Ashley Hodson (Igreja Morava-Nicarágua), Darli Alves (IPIB/ Secretário Executivo do CLAI/Região Brasil), Diná da Silva Branchini (Coordenadora do Ministério de Ações Afirmativas Afrodescendentes da Igreja Metodista do Brasil), Hernani Silva (Igreja Pentecostal "O Brasil para Cristo" e Secretário Executivo da CENACORA), Bispo Julio Ernesto Murray (Igreja Episcopal Anglicana do Panamá e Presidente do CLAI), Marilia Schüller (Igreja Metodista e KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço), Romer Portillo (Igreja Pentecostal da Venezuela e Diretor da Escuela Ecuménica y de Investigación Ramón Castillo) e Vera Maria Roberto (IPIB).
A Devocional de abertura (sábado) foi dirigido pelo Bispo Murray e Presb Darli Alves que com base em Efésios 1: 15- 23 falaram que devemos ser gratos( as) pela esperança na reconstrução de todas as coisas e especialmente pela oportunidade de nos reunirmos como América Latina e Caribe para mais uma reconstrução. A representante do Brasil Vera Roberto apresentou o Histórico do Movimento de Negritude no CLAI, que teve seu início em 2002 na Assembléia do CLAI/ Região Brasil, seguido do Encontro de Afrodecendentes Evangélicos em Itapecerica da Serra em São Paulo, com a participação de todas as igrejas membros do CLAI e outras igrejas convidadas. No período da tarde foram apresentados alguns cenários atuais sobre o movimento de negritude evangélica na Nicarágua (Ashley Hodson), Panamá (Bpo. Murray), Venezuela (Rev. Romer Portillo) e Brasil (Profa Vera Roberto). Todas as apresentações (histórico e cenários) deram subsídios a discussão para buscarmos respostas às perguntas: "Quantos Somos", "Quem somos?" e "Onde Estamos". Marilia Schüller e Diná Branchini nos levaram a refletir sobre o cuidado com o/a outro/a. "Que tipo de cuidado estamos dispensando ao povo afrodescendente em nossas igrejas?", baseados em Filipenses 1:9-11 e Romanos 5:3-4, destaca que o amor que sentimos um(a) pelo(a) outro(a) vem do coração de Jesus Cristo. E que o lavar as mãos uns dos outros é comunhão, é sentir-se próximo(a), é cuidado mútuo. "CLAI e Negritude: o que se pretende?" em busca desta resposta, após o Presidente ter feito uma retrospectiva de tudo que foi apresentado e de sua vivência como membro da Junta Diretiva (que antecedeu a sua eleição para Presidente), destaca as dificuldades que enfrentamos para que em 2007 pudéssemos ter o mandato da Assembléia Geral em Buenos Aires para a construção da Pastoral de Negritude e que o desafio estava lançado, porém deveríamos traçar planos e metas com objetividade e por prioridade para iniciarmos com firmeza e de maneira progressiva.
Diante de tamanho desafio e disposição do grupo numa reunião realizada em espanhol e português; considerando que a Pastoral Aborígem Negra e contra toda discriminação (PANCTD) foi desarticulada na América Latina, o grupo numa só voz conclama que "Se faz necessário uma Pastoral de Negritude do CLAI que trabalhe com pessoas Afrodescendentes na América Latina e Caribe", priorizando nossas igrejas membros em toda a abrangência do CLAI. O grupo destacou a importância de se trabalhar o Conceito de Negritude, seus valores culturais e espirituais e levantou algumas ações que deverão compor a Pastoral: comunicação às Igrejas Membros, Gestão de fundos, traduções de materiais recopilados, recopilação de materiais, memória e publicações em geral, mapeamentos dos programas e conteúdos já existentes no CLAI para inserção da temática da negritude, capacitações, oficinas, encontros, fóruns, jornadas para retomar a proposta de esperança à partir da espiritualidade negra de todas e todos, ações estas que serão transmitidas por meio de uma carta à Junta Diretiva do CLAI que se reunirá no mês de março de 2009.