29/03/2010

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA A XXV JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE (28 MARÇO 2010)




«Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» (Mc 10, 17)
Queridos amigos,

Celebra-se este ano o vigésimo quinto aniversário de instituição da Jornada Mundial da Juventude, desejada pelo Venerável João Paulo II como encontro anual dos jovens crentes do mundo inteiro. Foi uma iniciativa profética que deu frutos abundantes, permitindo às novas gerações cristãs encontrar-se, pôr-se à escuta da Palavra de Deus, descobrir a beleza da Igreja e viver experiências fortes de fé que levaram muitos à decisão de doar-se totalmente a Cristo.

Esta XXV Jornada representa uma etapa rumo ao próximo Encontro Mundial dos Jovens, que terá lugar no mês de Agosto de 2011 em Madrid, onde espero sejais numerosos a viver este evento de graça.

Para nos prepararmos para tal celebração, gostaria de vos propor algumas reflexões sobre o tema deste ano: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» (Mc 10, 17), tirado do episódio evangélico do encontro de Jesus com o jovem rico; um tema abordado já em 1985 pelo Papa João Paulo II numa belíssima Carta, a primeira dirigida aos jovens.

1. Jesus encontra um jovem

«Quando saía [Jesus], para se pôr a caminho – narra o Evangelho de São Marcos – aproximou-se dele um homem a correr e, ajoelhando-se, perguntou: “Bom mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?”. Jesus disse-lhe: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão só Deus. Sabes os mandamentos: não matarás, não adulterarás, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não defraudarás, honrarás teu pai e tua mãe”. Ele respondeu-lhe: “Mestre, tenho guardado tudo isto desde a minha juventude”. Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele, e respondeu-lhe: “Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me!”. Mas, ao ouvir tais palavras, anuviou-se-lhe o semblante e retirou-se pesaroso, pois tinha grande fortuna» (Mc 10, 17-22).

Esta narração exprime de maneira eficaz a grande atenção de Jesus pelos jovens, por vós, pelas vossas expectativas, pelas vossas esperanças, e mostra como é grande o seu desejo de vos encontrar pessoalmente e entrar em diálogo com cada um de vós. Com efeito, Cristo interrompe o seu caminho para responder ao pedido do seu interlocutor, manifestando plena disponibilidade àquele jovem, que é impelido por um ardente desejo de falar com o «Bom Mestre», para aprender dele a percorrer o caminho da vida. Com este trecho evangélico, o meu Predecessor queria exortar cada um de vós a «desenvolver o próprio diálogo com Cristo – um diálogo que é de importância fundamental e essencial para um jovem» (Carta aos jovens, n. 2).

2. Jesus fitou-o e sentiu afeição por ele

Na narração evangélica, São Marcos sublinha como «Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele» (Mc 10, 21). No olhar do Senhor, está o coração deste encontro muito especial e de toda a experiência cristã. Com efeito, o cristianismo não é primariamente uma moral, mas experiência de Jesus Cristo, que nos ama pessoalmente, jovens ou idosos, pobres ou ricos; ama-nos mesmo quando lhe voltamos as costas.

Comentando a cena, o Papa João Paulo II acrescentava, dirigindo-se a vós, jovens: «Faço votos por que experimenteis um olhar assim! Faço votos por que experimenteis a verdade de que Ele, Cristo, vos fixa com amor» (Carta aos jovens, n. 7). Um amor, que se manifestou na Cruz de maneira tão plena e total, que São Paulo escreve maravilhado: «Amou-me e entregou-se por mim» (Gl 2, 20). «A consciência de que o Pai nos amou desde sempre no seu Filho, de que Cristo ama cada um e sempre – escreve ainda o Papa João Paulo II – torna-se um ponto de apoio firme para toda a nossa existência humana» (Carta aos jovens, n. 7) e permite-nos superar todas as provas: a descoberta dos nossos pecados, o sofrimento, o desânimo.

Neste amor, encontra-se a fonte de toda a vida cristã e a razão fundamental da evangelização: se verdadeiramente encontramos Jesus, não podemos deixar de testemunhá-lo àqueles que ainda não se cruzaram com o seu olhar.

3. A descoberta do projeto de vida

No jovem do Evangelho, podemos vislumbrar uma condição muito semelhante à de cada um de vós. Também vós sois ricos de qualidades, energias, sonhos, esperanças: recursos que possuís em abundância! A vossa própria idade constitui uma grande riqueza não apenas para vós, mas também para os outros, para a Igreja e para o mundo.

O jovem rico pergunta a Jesus: «Que devo fazer?» A estação da vida em que vos encontrais é tempo de descoberta: dos dons que Deus vos concedeu e das vossas responsabilidades. É, igualmente, tempo de opções fundamentais para construir o vosso projeto de vida. Por outras palavras, é o momento de vos interrogardes sobre o sentido autêntico da existência, perguntando a vós mesmos: «Estou satisfeito com a minha vida? Ou falta-me ainda qualquer coisa»?

Como o jovem do Evangelho, talvez vós vivais também situações de instabilidade, de perturbação ou de sofrimento, que vos levam a aspirar a uma vida não medíocre e a perguntar-vos: em que consiste uma vida bem sucedida? Que devo fazer? Qual poderia ser o meu projeto de vida? «Que devo fazer a fim de que a minha vida tenha pleno valor e pleno sentido?» (Ibid., n. 3).

Não tenhais medo de enfrentar estas perguntas! Longe de vos acabrunhar, elas exprimem as grandes aspirações, que estão presentes no vosso coração. Portanto, devem ser ouvidas. Esperam respostas não superficiais, mas capazes de satisfazer as vossas autênticas expectativas de vida e felicidade.

Para descobrir o projeto de vida que vos pode tornar plenamente felizes, colocai-vos à escuta de Deus, que tem um desígnio de amor sobre cada um de vós. Com confiança, perguntai-lhe: «Senhor, qual é o teu desígnio de Criador e Pai sobre a minha vida? Qual é a tua vontade? Desejo cumpri-la». Estai certos de que vos responderá. Não tenhais medo da sua resposta! «Deus é maior que os nossos corações e conhece tudo» (1 Jo 3, 20)!

4. Vem e segue-me!

Jesus convida o jovem rico a ir mais além da satisfação das suas aspirações e dos seus projetos pessoais, dizendo-lhe: «Vem e segue-me!». A vocação cristã deriva de uma proposta de amor do Senhor e só pode realizar-se graças a uma resposta de amor: «Jesus convida os seus discípulos ao dom total da sua vida, sem cálculos nem vantagens humanas, com uma confiança sem reservas em Deus. Os santos acolhem este convite exigente e, com docilidade humilde, põe-se a seguir Cristo crucificado e ressuscitado. A sua perfeição na lógica da fé, às vezes humanamente incompreensível, consiste em nunca se colocarem a si mesmos no centro, mas decidirem ir contra a corrente, vivendo segundo o Evangelho» (Bento XVI, «Homilia por ocasião das canonizações», in L'Osservatore Romano, 12-13/X/2009, pág. 6).

A exemplo de muitos discípulos de Cristo, acolhei também vós, queridos amigos, com alegria o convite a seguir Jesus, para viverdes intensa e fecundamente neste mundo. Com efeito, mediante o Batismo, Ele chama cada um a segui-lo com ações concretas, a amá-lo sobre todas as coisas e a servi-lo nos irmãos. Infelizmente, o jovem rico não acolheu o convite de Jesus e retirou-se pesaroso. Não encontrara coragem para se desapegar dos bens materiais a fim de possuir o bem maior proposto por Jesus.

A tristeza do jovem rico do Evangelho é aquela que nasce no coração de cada um, quando não tem a coragem de seguir Cristo, de fazer a escolha justa. Mas nunca é tarde demais para lhe responder!

Jesus nunca se cansa de estender o seu olhar de amor sobre nós, chamando-nos a ser seus discípulos; a alguns, porém, Ele propõe uma opção mais radical. Neste Ano Sacerdotal, gostaria de exortar os jovens e adolescentes a estarem atentos para ver se o Senhor os convida a um dom maior, no caminho do sacerdócio ministerial, e a tornarem-se disponíveis para acolher com generosidade e entusiasmo este sinal de predileção especial, empreendendo, com a ajuda de um sacerdote, do diretor espiritual, o necessário caminho de discernimento. Depois, não tenhais medo, queridos jovens e queridas jovens, se o Senhor vos chamar à vida religiosa, monástica, missionária ou de especial consagração: Ele sabe dar alegria profunda a quem responde com coragem.

E, a quantos sentem a vocação ao matrimônio, convido a acolhê-la com fé, comprometendo-se a lançar bases sólidas para viver um amor grande, fiel e aberto ao dom da vida, que é riqueza e graça para a sociedade e para a Igreja.

5. Orientados para a vida eterna

«Que devo fazer para alcançar a vida eterna?»: esta pergunta do jovem do Evangelho parece distante das preocupações de muitos jovens contemporâneos; porventura, como observava o meu Predecessor, «não somos nós a geração cujo horizonte da existência está completamente preenchido pelo mundo e pelo progresso temporal?» (Carta aos jovens, n. 5). Mas a questão acerca da «vida eterna» impõe-se em momentos particularmente dolorosos da existência, como quando sofremos a perda de uma pessoa querida ou experimentamos o insucesso.

Mas o que é a «vida eterna», de que fala o jovem rico? Jesus no-lo explica quando, dirigindo-se aos seus discípulos, afirma: «Hei de ver-vos de novo; e o vosso coração alegrar-se-á e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria» (Jo 16, 22). São palavras que indicam uma proposta sublime de felicidade sem fim: a alegria de sermos cumulados pelo amor divino para sempre.

O interrogar-se sobre o futuro definitivo que nos espera dá sentido pleno à existência, porque orienta o projeto de vida não para horizontes limitados e passageiros mas amplos e profundos, que levam a amar o mundo, tão amado pelo próprio Deus, a dedicar-se ao seu desenvolvimento, mas sempre com a liberdade e a alegria que nascem da fé e da esperança. São horizontes que nos ajudam a não absolutizar as realidades terrenas, sentindo que Deus nos prepara um bem maior, e a repetir com Santo Agostinho: «Desejemos juntos a pátria celeste, suspiremos pela pátria celeste, sintamo-nos peregrinos aqui na terra» (Comentário ao Evangelho de São João, Homilia 35, 9). Com o olhar fixo na vida eterna, o Beato Pier Giorgio Frassati – falecido em 1925, com a idade de 24 anos – dizia: «Quero viver; não ir vivendo!» e, numa fotografia a escalar uma montanha que enviou a um amigo, escrevera: «Rumo ao alto!», aludindo à perfeição cristã mas também à vida eterna.

Queridos jovens, exorto-vos a não esquecer esta perspectiva no vosso projeto de vida: somos chamados à eternidade. Deus criou-nos para estar com Ele, para sempre. Aquela ajudar-vos-á a dar um sentido pleno às vossas decisões e a dar qualidade à vossa existência.

6. Os mandamentos, caminho do amor autêntico

Jesus recorda ao jovem rico os dez mandamentos como condições necessárias para «alcançar a vida eterna». Constituem pontos de referência essenciais para viver no amor, para distinguir claramente o bem do mal e construir um projeto de vida sólido e duradouro. Também a vós, Jesus pergunta se conheceis os mandamentos, preocupando-vos em formar a vossa consciência segundo a lei divina, e se os pondes em prática.

Sem dúvida, trata-se de perguntas contra a corrente em relação à mentalidade contemporânea, que propõe uma liberdade desligada de valores, de regras, de normas objetivas, e convida a não colocar limites aos desejos do momento. Mas este tipo de proposta, em vez de conduzir à verdadeira liberdade, leva o homem a tornar-se escravo de si mesmo, dos seus desejos imediatos, de ídolos como o poder, o dinheiro, o prazer desenfreado e as seduções do mundo, tornando-o incapaz de seguir a sua vocação natural ao amor.

Deus dá-nos os mandamentos, porque nos quer educar para a verdadeira liberdade, porque quer construir conosco um Reino de amor, de justiça e de paz. Ouvi-los e pô-los em prática não significa alienar-se, mas encontrar o caminho da liberdade e do amor autênticos, porque os mandamentos não limitam a felicidade, mas indicam o modo como encontrá-la. No início do diálogo com o jovem rico, Jesus recorda que a lei dada por Deus é boa, porque «Deus é bom».

7. Temos necessidade de vós

Quem vive hoje a condição juvenil encontra-se a enfrentar muitos problemas resultantes do desemprego, da falta de referências ideais certas e de perspectivas concretas para o futuro. Às vezes pode-se ficar com a impressão de impotência diante das crises e derivas atuais. Apesar das dificuldades, não vos deixeis desencorajar nem renuncieis aos vossos sonhos! Pelo contrário, cultivai no coração desejos grandes de fraternidade, de justiça e de paz. O futuro está nas mãos de quem souber procurar e encontrar razões fortes de vida e de esperança. Se quiserdes, o futuro está nas vossas mãos, porque os dons e as riquezas que o Senhor guardou no coração de cada um de vós, plasmados pelo encontro com Cristo, podem dar esperança autêntica ao mundo! É a fé no seu amor que, tornando-vos fortes e generosos, vos dará a coragem de enfrentar com serenidade o caminho da vida e assumir as responsabilidades familiares e profissionais. Comprometei-vos a construir o vosso futuro através de percursos sérios de formação pessoal e de estudo, para servir o bem comum de maneira competente e generosa.

Na recente Carta Encíclica sobre o desenvolvimento humano integral, Caritas in veritate, enumerei alguns dos grandes desafios atuais que são urgentes e essenciais para a vida deste mundo: a utilização dos recursos da terra e o respeito pela ecologia, a justa repartição dos bens e o controle dos mecanismos financeiros, a solidariedade com os países pobres no âmbito da família humana, a luta contra a fome no mundo, a promoção da dignidade do trabalho humano, o serviço à cultura da vida, a construção da paz entre os povos, o diálogo inter-religioso, o bom uso dos meios de comunicação social.

São desafios a que sois chamados a responder para construir um mundo mais justo e fraterno. São desafios que requerem um projeto de vida exigente e apaixonante, no qual investir toda a vossa riqueza, segundo o desígnio que Deus tem para cada um de vós. Não se trata de realizar gestos heróicos ou extraordinários, mas de agir fazendo frutificar os próprios talentos e possibilidades, comprometendo-se a progredir constantemente na fé e no amor.

Neste Ano Sacerdotal, convido-vos a conhecer a vida dos santos, em particular a dos santos sacerdotes. Vereis que Deus os guiou, tendo encontrado o seu caminho dia após dia precisamente na fé, na esperança e no amor. Cristo chama cada um de vós a comprometer-se com Ele e a assumir as próprias responsabilidades para construir a civilização do amor. Se seguirdes a sua Palavra, também o vosso caminho se iluminará e vos conduzirá rumo a metas elevadas, que dão alegria e sentido pleno à vida.

Que a Virgem Maria, Mãe da Igreja, vos acompanhe com a sua proteção. Asseguro-vos uma lembrança particular na minha oração e, com grande afeto, vos abençoo.


Vaticano, 22 de Fevereiro de 2010

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Organ Traffic: ‘Tráfico de pessoas não é um crime cometido por pobres’





Tatiana Félix *
 
Os mitos que envolvem o tráfico de órgãos, uma das modalidades mais cruéis do tráfico de seres humanos, podem ser mais reais e assustadores do que se parece. Em diversas cidades brasileiras, e também em outros países, entidades como a Organ Traffic, fundada pela irmã Maria Elilda dos Santos, que atua no combate ao tráfico de órgãos, exemplificam as mais desumanas situações deste crime hediondo. Córneas e rins são retirados de pacientes internados em hospitais públicos; crianças são bem tratadas em cativeiro para depois serem retaliadas; adolescentes e jovens são raptados para servirem ao comércio ilegal de órgãos. Os casos são muitos. "Já foi encontrado só o tronco de uma pessoa. Não tinha perna, braço, nada. Tiraram todos os membros", relatou Elilda.
No final de fevereiro, o Movimento Internacional de Combate ao Trafico de Órgãos Humanos, liderado pela irmã, recebeu uma denúncia de que seis jovens haviam desaparecido em Luziânia, cidade do estado de Goiás. Mas, ao chegar à região e colher informações a surpresa: os relatos demonstraram que o caso é muito mais grave do que o que se chegou à imprensa. "Não era apenas seis desaparecidos. O número é muito superior que 200 pessoas e envolve cidades de Goiás e de Brasília", informou a religiosa. Segundo a irmã, a maioria dos casos não é investigada e muitas famílias não conseguem depor nem em delegacias, nem no Ministério Público. "Acompanhei uma mãe que teve o filho desaparecido em 2006 e até agora não conseguiu depor", relatou.
No Seminário Regional sobre Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual realizado ontem (25) em São Paulo, ela disse que ficou decepcionada com a postura de ministros e representantes dos direitos humanos, uma vez que enfocaram apenas do tráfico com fins de exploração sexual. "Essa postura impossibilita averiguar o caso de Goiás, porque eles ignoram outros ramos de atuação do tráfico de pessoas", enfatizou.
"O que acontece com nossas autoridades? Não interessa para o governo o número de crianças, adolescentes e jovens que desaparecem assim, do nada? É estranho o comportamento das autoridades", indignou-se.
Segundo ela, o desaparecimento de jovens e as chacinas que acontecem em grandes centros urbanos são tratados como resultado do envolvimento de jovens com o tráfico de drogas, no entanto, essa é uma maneira simplista de explicar os fatos, que podem estar ligados ao tráfico para retirada e comércio de órgãos.
Ela disse que esse tipo de crime apresenta uma situação delicada porque envolve negociações internacionais. "O tráfico de órgãos é um crime que está a serviço da ciência", afirmou. "O tráfico de seres humanos não é um crime cometido por pobres, mas por quem tem poder", enfatizou.
Para ela, o problema do tráfico é uma questão política e depende da atuação e interesse dos governos. "Infelizmente, a tendência é aumentar os casos desse crime. É necessário ter uma lei que qualifique o tráfico de órgãos como crime hediondo", declarou. Ela disse ainda que é importante oferecer apoio aos familiares das vítimas.
"A situação é real, é gritante", afirmou Elilda e continuou seu apelo com um alerta: "Na região de Goiás, esses casos não podem ser descartados. Não podemos nos conformar em recolher os restos dos corpos dos nossos familiares e deixar que esse crime continue. A sociedade deve demonstrar interesse em combater o tráfico, deve denunciar. A impunidade é o que faz o crime continuar", desabafou.

http://www.adital.com.br/hotsite_trafico/noticia.asp?lang=PT&cod=46407

III Congresso Latino Americano de Jovens na Venezuela

Há dois anos os Bispos, em Aparecida – Brasil, nos desafiaram a sermos “sentinelas do amanhã”, comprometendo-nos com a renovação do mundo à luz do Plano de Deus: a renovar nossa mente e nosso agir, no dia-a-dia, como discípulos/as e missionários/as de Jesus Cristo. Convido-o/a a que seja parte desta história, fazendo uma parada no caminho, saindo ao encontro de Jesus no irmão que está próximo, mas também naquele que está longe; pondo nosso olhar atento e profundo em suas vidas, suas lutas e seus sonhos; para descobrir novas formas de responder aos anseios de nosso continente. Por isso convido-o/a a preparar o III Congresso Latino-Americano de Jovens que se realizará na Venezuela em setembro de 2010. Você é a esperança da América Latina e do Caribe, a utopia realizável de uma sociedade diferente e renovada. Venha, anime-se e CAMINHEMOS COM JESUS PARA DAR VIDA A NOSSOS POVOS.

Redução da Idade penal não significa acabar com a violência

A redução da idade penal novamente começa a ganhar espaço na Câmara dos Deputados. Preocupados com os riscos e, sobretudo, com os retrocessos de direitos que a medida representa, nos posicionamos contrários a votação na CCJ do referido projeto que trata do assunto.

Estudos do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apontam que os/as jovens são mais vítimas do que agentes da violência. Também é importante salientar que, na maioria dos casos, a infração não está vinculada à agressão de pessoas. Por isso, estudos apontam que a redução da idade penal não representará queda nos índices de violência.

É preciso ter cuidado para não inverter a lógica do debate. A questão não é reduzir a idade penal para preencher cadeias, mas garantir políticas públicas que efetivem direitos de meninas e meninos. Ou seja, garantir que seus direitos sejam garantidos para que não haja desigualdades que, mais do que excludentes, são cruéis, na medida em que coloca o/a jovem em situação de vulnerabilidade social.
No site do Conselho Federal de Psicologia existe uma lista de 10 razões da Psicologia contra a redução da maioridade penal. Entre elas destaca-se:

- É urgente garantir o tempo social de infância e juventude, com escola de qualidade, visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade;

- A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela ação nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores de violência tem como um de seus efeitos principais aumentar a violência;

- O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propõe responsabilização do adolescente que comete ato infracional com aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe impunidade. É adequado, do ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a conduta dos seus cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se tratando de adolescentes.

É indispensável que o debate seja ampliado assim como é inadmissível aceitarmos que direitos conquistados e reconhecidos historicamente sejam retirados. O Brasil é reconhecido internacionalmente, entre outros motivos, por ter uma legislação avançada no campo da infância.
Não é digno e justo que isso se perca.

Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=46123

FRASE DO DIA!

 A vida não está completa se não tiver um toque de loucura.
Paulo Coelho

BENTO XVI AOS JOVENS: A VIDA NÃO SE JOGA FORA, DEUS TEM UM PROJETO PARA TODOS

Cidade do Vaticano, 26 mar (RV) - Realizou-se na noite desta quinta-feira, na Praça São Pedro, em clima de grande festa, o esperado encontro de Bento XVI com os jovens da Diocese de Roma e da região italiana do Lácio e muitos deles provenientes da Espanha para festejar o 25º aniversário dos Dia Mundial da Juventude, criado por vontade do Papa João Paulo II.
Já de há muito é tradição este momento de oração e de partilha que envolve o Papa e as novas gerações celebrado na quinta-feira anterior ao Domingo de Ramos, ocasião em que é celebrado no mundo inteiro em nível diocesano o Dia Mundial da Juventude.
O encontro com o Santo Padre foi precedido de um momento de grande animação com os jovens, que teve início às 19h30 locais, marcado por cantos, testemunhos e coreografias.
Às 20h30 locais, o Santo Padre entrou numa Praça São Pedro lotada com 70 mil jovens que, comovidos, saudaram com entusiasmo o Pontífice. A bordo do papamovel, Bento XVI circulou pelos diversos corredores da Praça São Pedro acenando alegremente aos presentes, retribuindo assim o afeto dos jovens.

Após dirigir-se ao patamar da Basílica Vaticana, colocando-se de frente para todos os jovens, teve lugar um dos momentos de particularmente comoventes: a entrada de alguns jovens com a grande Cruz do Dia Mundial da Juventude e com o ícone de Nossa Senhora "Salus Popoli Romani".

Na saudação a Bento XVI, dirigida por seu vigário-geral para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini, o purpurado ressaltou, entre outros, que "os jovens amam o Papa" e estão aqui – disse - "para agradecer-lhe pelo fúlgido testemunho de fé que nos oferece ao afrontar provações e incompreensões. Saiba que os jovens amam o Papa, repetiu o Cardeal Vallini, após um longo aplauso que se fez ouvir em toda a Praça.
Após a proclamação do Evangelho do jovem rico teve lugar um momento de diálogo do Pontífice com os jovens. De fato, o Santo Padre respondeu às perguntas de três deles. Antes disso, agradeceu pelo afeto e pela presença.
A vida "não se joga fora", nem deve ser vivida sem perspectiva, porque Deus "tem um projeto para cada um de nós", disse o Papa respondendo a uma jovem que lhe perguntou como se pode em nossos dias, em tempos tão difíceis, perceber a vida eterna".
O Santo Padre respondeu que "nenhum de nós pode imaginar a vida eterna, porque está fora da nossa experiência, mas podemos começar a compreender o que é vivendo a vida profundamente. Não jogar a vida fora, não vivê-la para si mesma. Viver realmente a vida em sua riqueza e totalidade.
Ademais – acrescentou - é preciso responder aos mandamentos que nos convidam a amar Deus e o próximo como a nós mesmos. Assim sabemos – disse o Pontífice – que a vida jamais é um acaso. É preciso pensar "eu sou amado, sou necessário, Deus tem um projeto para mim na totalidade da história".
Respondendo sobre como viver bem a própria vida, sem desperdiçá-la, o Pontífice frisou que "Deus olha para cada um de nós com amor". Seguindo a sua vontade – acrescentou – a vida não se torna fácil, mas feliz. "Qualquer pessoa – explicou – não se pode conhecer somente com a razão, assim como se estuda a matemática, e isso vale ainda mais para a grande pessoa de Jesus, que devemos encontrar na oração: um colóquio no qual o conhecimento se torna amor."

Bento XVI destacou que "não basta somente rezar, mas devemos também fazer". Devemos empenhar-nos pelos outros, pela vitalidade da Igreja, sugeriu o Pontífice.
Numa das questões apresentadas ao Papa, um jovem questionou sobre as renúncias difíceis de serem aceitas na vida.
"Em todo esporte, profissão, expressão artística – frisou o Pontífice – a arte do ser humano exige renúncias, e renúncias verdadeiras, que nos ajudem a não cair no abismo da droga, do álcool, na escravidão da sexualidade e do dinheiro, na preguiça. Num primeiro momento parecem ações de liberdade, ao invés – concluiu – é início de escravidões sempre mais insuperáveis. Seguir adiante rumo ao bem cria a verdadeira liberdade e torna a vida preciosa."
Bento XVI despediu-se dos jovens marcando encontro para o próximo domingo, quando os encontrará novamente na celebração do Domingo de Ramos, ocasião - recordamos - na qual será celebrado o Dia Mundial da Juventude, em nível diocesano. (RL)
 
http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=367416

JESUS REVOLUCIONÁRIO

Estamos vivenciando a semana santa, onde lembramos a morte e paixão de Jesus Cristo.
Todos os anos refletimos sobre seu nascimento, vida, morte e ressurreição; ouvimos suas palavras nos Evangelhos e conhecemos parte de sua história e de suas ações. Mas cabe-nos refletir: qual imagem de Jesus temos em nossa mente? Qual o Jesus que seguimos?
Hoje, parece que há vários "Jesus" no imaginário dos cristãos, mas o que mais prevalece é Jesus louro, de olhos claros, cabelos ondulados, barbas bem feitas, de pele clara, alto... Ou seja, um Jesus aos moldes eurocentristas de ser humano (homem, branco, cristão, heterossexual, burguês, etc). Olhando para a Bíblia, analisando as ações de Jesus, suas palavras, sua postura frente a uma sociedade excludente e seu engajamento em sua missão é impossível enxergar nele as características citadas acima. Esse Jesus aparece sempre com suas vestes brilhantes, todo arrumado, calmo, educado, bondoso, disposto a nos salvar.
Até quando vamos nos deixar padronizar pela mídia, onde tudo o que não está de acordo com suas regras está e deve permanecer às margens? Como incluir a pessoa de Jesus nestes padrões estéticos e de conduta, quando Este vem para ficar ao lado dos pobres e excluídos?! Como sermos cristãos se nós não temos nEle um exemplo de vida, nos tornamos a cada dia mas egoístas, capitalistas, egocêntricos?! Como reconhecemos a Jesus na hóstia consagrada e não reconhecemos nas pessoas?!
O Jesus que caminhou pelo deserto era sujo, passava fome, permanecia ao lado dos pobres, doentes, era contra o governo da época e tinha voz, saía às ruas denunciando o que estava errado e anunciava o Reino de Deus com seriedade, manteve sua postura até o fim... e que fim... foi assassinado!
Se hoje, indo para o trabalho, na correria do dia-a-dia nos deparamos com uma pessoa assim, nem a notamos ou quando a percebemos, reclamamos, pois ocupam lugares nas calçadas dormindo onde deveríamos andar, lutam por seus direitos e são vistos como desordeiros, são mal vestidos e sem estudo, uma classe inferior que deve permanecer à margem da sociedade, no gueto, pois são marginais, sujos, deselegantes, desinformados, pobres, dignos de viver no lixo ao qual se misturam.
Pois é, meus irmãos de caminhada... ir às missas, comungar, ser liderança pastoral, louvar, repousar no Espírito, pular como pipoca, pregar a Palavra, amar sua família e amigos é fácil...
Difícil é seguir a Jesus pelo caminho que Ele mesmo andou, passando pelo que Ele passou, vivendo como Ele viveu... difícil é dar a vida por quem não se conhece, ver a todos com igualdade, amar seus irmãos que te crucificam e não desistir da missão, da dura e extensa caminhada, mesmo com dificuldades se manter firme.
Que neste ano, façamos uma experiência diferente... de termos um olhar crítico durante as comemorações da semana santa, questionando o modo com que Jesus é visto e as interpretações errôneas e distorcidas que fazem de sua vida.
http://pjprudente.blogspot.com